GPL-REG.67: a odisseia da lei anedótica portuguesa

E assim começou a minha odisseia para colocar a porcaria do tó (na gíria do pessoal gpl autocolante) verde fluorescente no vidro do carro... Levantar às 7h para ir fazer fila para o IMT de Aveiro. Senha 23 tirada às 09:07. Atendida por volta das 10:30 por uma funcionária que desconhece por completo o DR do GPL-REG.67 e, pelos vistos também não sabe ler o que estava à frente do seu nariz. Começo a perder a paciência (ando nisto desde Fevereiro) e peço para falar com a responsável. Pedido negado, peço então o livro de reclamações e a tal actualização/2a via/novo DUA (não percebi também qual das 3 opções era a válida). Diz-me que como disse que não queria pagar (legitamente porque me foi dito por e-mail que o meu DUA estava errado e iam emitir um novo!!!), que ia escrever a reclamação e logo se via se pedia ou não. Esmerei-me e escrevi duas páginas até me doer o braço... Curiosamente o livro era novo e só tinha as minhas reclamações mas, ao desfolhar as mesmas eis que a segurança nos diz num tom bastante agressivo que não podíamos ver as reclamações. Loooool Digo ao Gil para estar quieto senão a PIDE vem nos buscar. Entretanto chega finalmente a rapariga das reclamações e, juntamente com a primeira que me falou e não atendeu, queriam que voltasse a tirar senha (naquele IMT pode-se fazer 3 pedidos por cada senha)!!! Lá expliquei que não havia lógica e disse que só quero fazer a tal cena, recolher o selo e vê-los ao longe. Ninguém sabe quem dá/vende o selo mas ali não há selo para ninguém. Cheguei ao limite e peço novamente o livro dado que no DR o único organismo mencionado é o IMT e como tal, deverão ser eles a informar e não eu a eles ou até, ter de procurar informações por eles!!! Pedem-me para aguardar. Ok, mais uma seca de uns 15min até que, sou abordada por um PSP. Loooool pois, fui identificada por pedir um livro de reclamações que nem voltei a tocar o que, para qualquer um que use da lógica é o mesmo que negar o mesmo. Mas fui eu que fui identificada por estar a perturbar o trabalho do IMT mas eles não foram identificados por se negarem a me dar algo a que tenho direito! E que saiba não há limites às reclamações mas se houver, estava ainda dentro dos 3 por senha. Identificação feita, sou informada pelo agente que ali não vendem as vinhetas e que provavelmente as encontro numa loja que vende matrículas. Peço para tomarem conta da ocorrência da negação à disponibilização do livro de reclamações ao qual me informam que a funcionária já estava identificada. Facto que irei apurar nas próximas 48h. Entretanto eis que a responsável fica de repente disponível para falar comigo porque achou que ia lá voltar outra vez (pois, de facto já estava a procurar os contactos da SIC e da TVI para lá irem). Blá, blá, blá whiskas saquetas, blá, blá, blá obtive silêncio total às seguintes indicações: - a funcionária pediu-me para lhe enviar o e-mail do IMT a dizer que tinha sido erro deles e que me emitiam um novo para corrigir e que, depois de o encontrar já não o queria. Mas era para me manter calada à procura enquanto estudava o DR? Ou seria porque achava que não me poderiam ter dito tal? - diz-me que não tenho nada averbado, vira o monitor para mim e logo em 1seg identifico o averbamento gpl - reg67. Quando lhe mostro onde tinha de ler diz apenas "ah" com espanto?! - peço para falar consigo e é me negado, peço o livro pela segunda vez e chamam a polícia para me identificar?! Sabe que é um direito meu reclamar e ter acesso após o pedido ao livro? Respondeu só as questões: - como é possível que alguém não saiba do seu trabalho e nem pergunte para não fazer figura de ignorante à frente de um cliente? Resposta? Cada um faz o melhor que pode. Looool Ler e saber escutar (eu disse-lhe que estava nas anotações especiais porque por Mail o IMT mandou-me o print do meu DUA) não deve fazer parte dos requisitos para se trabalhar no IMT!!! - porque me foi negado falar consigo quando era tão fácil de ter gerido logo assim a reclamação e ter evitado que escrevesse no livro? Resposta: não posso atender público que tenho outras coisas que fazer. Lol gente ocupada esta, pah... Mas julguei que teria de existir alguém responsável pelo sítio e que, daria a cara quando pedido. Mas isso é nos países em que as leis são cumpridas, não aqui... - como justifica que no Mail do IMT online me terem informado que o averbamento iria surgir no novo DUA após a mudança de propriedade pois já constava do vosso sistema e, após receber o mesmo sem averbamento me pedem para pedir uma justificação a quem mo emitiu. Reclamo porque não faz sentido e porque IRN e IMT têm de ter o mesmo sistema e, respondem-me que após análise mais cuidada (looool ao terceiro e-mail que mandei) tenho de pedir a 2a via (note-se que não há justificação válida para fazer tal pedido). Resposta: o IRN descarrega as nossas bases de dados e nem sempre as mesmas estão actualizadas. Lacuna grave mas que é do conhecimento do Estado sendo que, é bastante proveitosa para o mesmo. O meu anterior carro foi comprado com a matrícula apreendida mas só após a minha 3a inspecção o descobri. O IMT levou 3 anos para perceber que o carro se mantinha em circulação e que o IRN fez bem em aceitar entretanto 3 registos e que, eu é que tinha de reclamar a quem mo vendeu que me pagasse os 15€ que tive de pagar para poder circular com ele. Super lógico, né? Também ficam a saber que os vossos dados circulam assim em bases de dados e que, pedidos entre o IRN e o IMT actualizam em datas desconhecidas pelo que, podem ter de pagar para ter o documento com tudo actualizado duas vezes a duas entidades diferentes que deviam estar em comunicação directa. Só comento que tive conhecimento de tantas ilegalidades que são possíveis de fazer que de facto, só é burro quem não as quiser aproveitar. O Estado sabe e pelos vistos aprova, caso contrário já teria mudado esta situação. Finalmente preenchido o documento e paga a taxa, vou repor energias no almoço para ir em busca do tó verde fluorescente. Primeiro sitio no roteiro: Stand Justino em Aveiro. Não têm o tó mas após um telefonema, recomendam-me a Europauto na Nac109. Chegado ao local mostram-me um tó dos camiões/autocarros a gás natural. Lá explico que não é aquilo e, após a ajuda de um cliente, recomendam-me a Fuselcar. Lá vou eu ao Google que me manda para a Rua da Batalha. Lá vamos nós novamente em direcção a mais uma rua que segue em terra batida e gravilha. Viro e peço informações a um senhor de idade. O senhor lá explica mas, chega uma senhora que diz que ele não percebe nada e que, assim as pessoas vão ao engano. Lá me disse que aquela era a rua da batalha, a do lado era da nossa senhora das necessidades, a outra não sei já o nome e a outra também me deu o nome. Lá lhe expliquei que queria ir para a Quinta S. Simão apenas ao qual ela me pergunta: mas que vai fazer à quinta s. Simão? OMG!!! O quanto me controlei e só depois de arrancar chorei de tanto rir!!! Lol Lá andamos perdidos mais uns tempos, passamos por senhoras de negócios duvidosos à beira da estrada e, voilá... A Fuselcar era mesmo atrás do Stand Justino... ou seja, 3h e 45 min no IMT, 2 horas e meia e 3 sítios depois tenho o tó fluorescente e o processo todo concluído!!!! Weeee Não sei se já alguém passou pelo mesmo mas, para quem não passou, partilhem. Pode ser útil para alguém que tenha menos paciência que eu, para quem não esteja para se chatear ou para quem tiver dinheiro para ter escolta policial e advogado para não ser identificada em vão. Nota: na Europa só em Portugal e na Hungria se usa este acto discriminatório de autocolantes, vinhetas e proibições de estacionamento em parques fechados. Sim, depósitos a GPL são mais seguros que qualquer um a gasolina ou gasóleo. Aliás, há gás natural nas nossas casas e não andam para aí a explodir a torto e a direito. Mas se ainda duvidam, comparem explosões em depósitos defeituosos (sim, porque é daí que o medo vêm mas, todas as instalações são creditadas pelo IMT (de pouco vale eu sei) e vistoriadas pelos centros de inspeções), atentem ao uso cada vez mais comum de GPL e GN nos transportes públicos e táxis mas, o mais importante de tudo, comparem as emissões de CO2 destes versus os a gasóleo e gasolina. Vamos parar de acreditar no que alguém disse e começar a dar uso aos nossos neurónios e ao que aprendemos na escola quando ainda recebíamos uma educação que nos treinava a pensar por nós próprios